Méier

Méier - O Príncipe do Subúrbio 

As terras do atual bairro do Méier faziam parte do Engenho Novo dos Jesuítas, que abrigava, no início do século XIX, a extensa “Quinta dos Duques”, de José Paulo da Mata Duque Estrada e Dulce de Castro Azambuja. A filha do casal, Jerônima Duque Estrada, casou-se com o “guarda roupas do Paço”, Comendador Miguel João Meyer, descendente de alemães, e tiveram nove filhos. O primogênito, Augusto Duque Estrada Meyer, se destacou como acompanhante do Imperador Dom Pedro II, recebendo o título de “Camarista” e extensas terras abrangendo desde a Estrada Grande (atual Dias da Cruz) até a Serra dos Pretos Forros, em cujo sopé ficava a sede de sua Fazenda São Francisco (no final da atual Rua Camarista Méier).

O Camarista Meyer abriu várias ruas em suas propriedades, dando a elas nomes de seus familiares –Carolina Meyer, Frederico Meyer, Joaquim Meyer etc - e formando o novo bairro, já então conhecido como Meyer. Em 1879, por iniciativa de Lucídio Lago, a Companhia Ferro-Carril, com tração animal, cruzou o Meyer. Somente em 1907 chegaria a tração elétrica, com a linha Engenho de Dentro - Largo de São Francisco.

Em 13 de maio de 1889, foi inaugurada, na Estrada de Ferro Dom Pedro II (Central do Brasil), a Estação do Meyer, devido ao aumento da população e dos loteamentos recém abertos. O bairro crescia de forma precária – chegou a sofrer duas epidemias de cólera – e, com o tempo, seu nome foi aportuguesado para “Méier”. À medida que era saneado, mais moradores chegavam, de tal maneira que as autoridades o elevaram a 18° Distrito da Cidade do Rio de Janeiro. Daí para frente progrediu rapidamente e vários estabelecimentos surgiram.

O comércio deu vida própria ao Méier com grandes lojas, casas tradicionais e magazines. A Rua Dias da Cruz tornou-se o principal eixo do bairro que, com a abertura do Shopping Center do Méier, consolidou-se como importante centro dos subúrbios adjacentes, abrigando o Hospital Salgado Filho, o Colégio Metropolitano, a Biblioteca Municipal Agripino Grieco, o Sport Clube Mackenzie, a Igreja Batista do Méier, a Igreja Sagrado Coração de Jesus, a União Espírita Suburbana e o “Baixo Méier”, local de concentração de bares com intenso movimento noturno.

Fotos


Rua Magalhães Couto
Nesta foto de 1989, de autoria de Paulo Makita, publicada no jornal O Globo, temos uma visão do alto do grander Méier vista da Rua Magalhães Couto. Nesta época a rua era pouco arborizada.




Avenida Amaro Cavalcanti
Foto de 1918, publicada no jornal O Globo, mostra a Avenida Amaro Cavalcanti na época de sua abertura.
O nome da via é homenagem ao advogado Amaro Cavalcanti Soares de Brito (1849-1922), natural de Caicó (RN). Prefeito do Distrito Federal de de 15 de janeiro de 1917 a 15 de novembro de 1918, de cofres vazios, optou por fazer obras na Zona Rural e nos subúrbios.


Capela de São José
Nesta foto de 1973, de Luiz Paulo, publicada no jornal O Globo, vemos a Capela de São José, que se localizava na Rua Dias da Cruz, no Méier, demolida para a construção dos "Espigões da Dias da Cruz", no número 202.







Dias da Cruz
Nesta foto de 1982, publicada no jornal O Globo, mostra a rua Dias da Cruz com o seu trânsito caótico, nas proximidades do shopping.
O nome da rua é uma homenagem a Francisco de Menezes Dias da Cruz, que nasceu no Rio de Janeiro em 10 de fevereiro de 1826, médico formado em Patologia Geral da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Vereador e deputado pelo município neutro, faleceu em 26 de maio de 1878, em consequência de um golpe de baioneta, após invasão da Igreja do Sacramento quando presidia uma sessão eleitoral. Seu filho, Francisco Menezes Dias da Cruz, que também se tornou médico, nasceu em 27 de fevereiro de 1853 e faleceu em 30 de setembro de 1937.


Viaduto Castro Alves
Foto publicada pelo jornal O Globo, vemos a construção, em 1968, do viaduto Castro Alves que integrou os dois lados do bairro, ligando as Ruas Santa Fé e Silva Rabelo, intervindo agressivamente na paisagem do Jardim do Méier, pois foi utilizado um espaço do jardim. À esquerda da foto podemos ver um pedaço do chafariz e do coreto.
Jardim do Méier
Nesta foto, do Museu Histórico Nacional de 1916, podemos ver o jardim do Méier no ano de sua inauguração.





Aliança Francesa
Foto de 1983, publicada no jornal O Globo e de autoria de Raimundo Neto, onde podemos ver o antigo prédio da Aliança Francesa que ficava na esquina da Rua Jacinto com a Rua Hermengarda, local que oferecia cursos, festas juninas, exposições e o Cineclube Jean Renoir. O prédio foi demolido e no seu lugar foi construido um edifício comercial.









Camarista Méier
Nesta foto de 1931 de Augusto Malta, vemos a Rua Camarista Méier, em homenagem a quem deu nome ao bairro. Muita coisa mudou na paisagem. Ao fundo pode-se ver a ponta da torre da igreja da Rua Catulo Cearense.





Rua Medina
Foto de 1929, de Augusto Malta, mostra a Rua Medina, localizada no bairro do Méier. Era nesta rua em que havia uma cancela, ligando-a à rua Coração de Maria, no cruzamento da linha férrea, no início do século XX.



12 comentários:

  1. ótimas fotos antigas do nosso méier. Parabens!

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  2. enteressante eu naõ sabia passei a saber agora que a rua dias da cruz antes era chamada de estrada grande um belo bairro tradicional do rio de janeiro

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  3. boa noite, gostaria de saber se você tem mais fotos e história da camarista Méier e sua serra e ruas do entorno

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  4. Alguém teria informações sobre um convento na rua Fábio da Luz no Rio antigo??? Desde já, grata. Márcia.

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    1. Havia um na Rua Borja Reis que fechou nos anos 60, perto da Chave de Ouro. Nunca ouvi falar de convento na Fabio da Luz.

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    2. Havia sim um convento na Fábio da Luz, onde hoje é o condomínio Plaza. Ali tinha uma espécie de morrinho (pelo prédios do lado que não planificaram o solo, dá pra perceber) e no topo desse morrinho ficava a capela que rezava missas de domingo e era aberta à população. Se não me engano, o Plaza foi construído na década de 1980 e o convento demolido.
      Havia outro também na Rua Carolina Santos, ao lado do Assaí, em frente à Igreja Sagrado Coração de Jesus, onde hoje também é um condomínio residencial.

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    3. E dizem que lá nesse convento da Carolina santos, aperece coisas estranhas

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    4. Morei na Fabio da Luz em 1971, no prédio ao lado do terreno das freiras!
      Havia um cemitério também das freirinhas que faleciam ali! Acho que não era aberto ao publico e eram enclausuradas.
      Eu morava no 10° andar e tentava vê-las a todo custo! Nunca consegui!

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  5. Adorei ver esse documento histórico do nosso querido Méier.
    Estou fazendo um frabalho de pesquisa para montar a arvore genealógica da familia e encontrei esse endereço, da rua Angélica número 97 Méyer, onde meu bisavô morava com a família em 1913, porém não consegui descobrir que rua é essa hoje.
    Procurei em varir sites ,mas sem sucesso.
    Se alguém puder me ajudar, fico grata desde já.

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    1. A rua Angélica é, atualmente, a rua Padre André Moreira, que começa na Rua Arquias Cordeiro, pouco depois da estação do Méier, na direção do Engenho Novo, e termina na rua Lucídio Lago, passando ao lado Colégio Visconde de Cairu. Qualquer dúvida, meu e.mail mazzaro@centroin.com.br, Luis

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  6. Encontrei o blog fazendo uma busca pelo Cineclube Jean Renoir, que funcionou na Aliança Francesa, nos anos 80. Participei do Cineclube infantil Tio Maneco na Aliança, na mesma época e pergunto se você teria registro desse fato. Caso positivo se seria possível compartilhar. Muito obrigada!

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  7. Queria saber se você tem fotos antigas do Espigão da Dias da Cruz ... Obrigado!

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